Rota Turística do Queijo do Serro começa a ser estruturada

No ano em que o Queijo Minas Artesanal busca o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, concedido pela Unesco, o Sebrae Minas, em parceria com a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult), inicia a estruturação da Rota Turística do Queijo do Serro. O projeto tem o objetivo de potencializar e fomentar o turismo de experiência, associado à produção e comercialização do produto, estimulando o fortalecimento da cadeia de valor.

O primeiro encontro de trabalho, realizado no dia 13 de agosto, na cidade do Serro, contou com a participação produtores e empresários locais e entidades relacionadas ao setor, além de representantes do Sebrae Minas e do governo do Estado. Na ocasião, foram apresentados os projetos turísticos prioritários em Minas; o papel do Sebrae Minas e a parceria com a Secult no trabalho de estruturação da Rota; o que é Turismo de Experiência; e as ações para desenvolver a Rota do Queijo.

A partir do novo destino turístico, quem visita a região poderá conhecer o processo de fabricação do queijo, a história e tradição do território. “Temos o objetivo de trabalhar o desenvolvimento da rota como um produto turístico, potencializando a atração de investimentos para o território e valorizando a identidade cultural da região, reconhecida pela diferenciação de seus queijos no mercado”, destaca Rogério Fernandes, gerente do Sebrae Minas na Regional Jequitinhonha e Mucuri.

“É no queijo do Serro que nasce em Minas e no Brasil a ideia de proteção do patrimônio imaterial da cultura alimentar. Às portas de receber agora o título máximo de patrimônio cultural imaterial da humanidade pela Unesco, o Queijo Minas Artesanal e o Serro, com a rota estruturada, contribuem para a dinamização do turismo e, mais uma vez, se colocam na vanguarda da transversalidade entre cultura, patrimônio histórico e turismo, potências na geração de emprego e renda em Minas”, destaca Leônidas Oliveira, secretário de Estado de Cultura e Turismo.

Após a primeira reunião de trabalho, empreendedores receberam consultorias sobre design de experiências turísticas. Elas serão realizadas até o mês de novembro com seis queijarias e outras três lojas que comercializam queijo. Nesse processo, estão sendo trabalhadas temáticas sobre:

  • Experiência em propriedades rurais’: entender e vivenciar o processo de fabricação do Queijo Minas Artesanal e de outros produtos rurais e as particularidades que permitiram à região o reconhecimento com a modalidade Indicação de Procedência (IP);
  • Experiência gastronômica’: utilizar o queijo e demais produtos da região, quitandas, doces; ‘Harmonizações’;
    Experiências de ecoturismo e turismo de aventura;
  • Valorização e resgate do patrimônio material e imaterial, história e cultura localTécnicas de Contação de histórias’, com foco na história e em todo o contexto das pessoas do Serro.

Ícone da culinária mineira, o queijo do Serro leva o nome da ‘origem produtora’ pela tradição de mais de 300 anos no modo em que é produzido, preservado no dia a dia das fazendas da região. Cerca de 800 produtores e agricultores familiares de pequeno porte fazem parte da cadeia e transformam o queijo em um produto com enorme potencial econômico.

O queijo é protegido pela Indicação Geográfica (IG) desde 2011, na modalidade Indicação de Procedência (IP), que identifica e garante sua origem. O reconhecimento da IG se refere ao modo como o produto é feito: com leite cru, “pingo”, sal e coalho. O processo de maturação tem duração mínima de 17 dias.

O Sebrae Minas promove o Projeto de Desenvolvimento Territorial da Região do Serro: ‘Uma Só Região’, que agrega 11 municípios da microrregião produtora, e contempla iniciativas de apoio ao produtor, como: capacitações, feiras, criação do selo de Indicação Geográfica, e construção de experiência turística da Rota do Queijo.

O Programa Agentes Locais de Inovação – ALI, na modalidade Indicação Geográfica (IG), integra uma série de ações realizadas pelo Sebrae Minas, desde 2015, com os produtores de queijo do Serro. O objetivo é promover o desenvolvimento da região por meio da valorização do produto e da melhoria da renda e qualidade de vida dos produtores. São ofertadas capacitações e orientações gerenciais para que alcancem melhores resultados, e geradas oportunidades de negócios em toda a cadeia produtiva associada ao queijo, principalmente, nas atividades ligadas ao turismo e à gastronomia.

Em 2018, em parceria com a Associação dos Produtores Artesanais de Queijo do Serro (Apaqs), foi lançada a marca coletiva da Região do Serro, que expressa a cultura, a tradição, a culinária e a história colonial da região, contribuindo para unir ainda mais produtores e gerar senso de pertencimento. A marca é a tradução da estratégia de posicionamento de uma região, que expressa a sua identidade e que contribui com o seu desenvolvimento econômico, por meio de uma diferenciação sustentável e relevante de seus produtos e serviços.

Fonte: O Tempo

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