Instituto Periférico dá início ao projeto de Registro dos Modos de Fazer os Queijos Artesanais de Minas com agenda em Araxá

Equipe do Instituto Periférico deu início ao processo de ampliação do reconhecimento dos modos de fazer os queijos artesanais mineiros como patrimônio cultural. O pontapé inicial foi com a realização de uma série de agendas em Araxá, nos dias 17 e 18 de abril.

Atualmente, há reconhecimento na esfera estadual, pelo IEPHA/MG, somente do Modo de Fazer o Queijo Artesanal da Região do Serro. Agora Minas Gerais pretende ampliar o registro dos saberes relacionados à produção de queijo artesanal de leite cru feito em todo estado. O processo de ampliação começa pela região de Araxá, que será a primeira a ter os estudos elaborados. Durante o processo serão feitas pesquisas, registros audiovisuais e outras ações.

A comitiva se reuniu com o secretário de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Turismo de do município, Juliano César da Silva, e a presidente da Fundação Cultural Calmon Barreto, Cynthia Rocha Verçosa, além de representantes da CBMM, uma das patrocinadoras do projeto. Foram estreitados laços importantes que vão facilitar o acesso da equipe a documentos históricos, acervo e outras informações sobre os detentores dos saberes locais. De acordo com Cynthia, sob tutela da Fundação, existe um acervo importante relacionado à história da cidade, incluindo itens de fazendeiros e de produção do queijo ao longo dos anos.

O Instituto Periférico também organizou uma audiência pública com produtores e representantes de instituições envolvidas na cadeia produtiva do queijo, como a Emater e o Sebrae, em um momento de troca de informações e escuta, importante para melhor entendimento sobre o setor, processos, distribuição e consumo do queijo na região. Para a extensionista da Emater-MG em Araxá, Silvia Passos, é importante trabalhar a questão do Queijo Minas Artesanal na região, com seu resgate e identificação, valorizando a tradição e a cultura envolvida na fabricação do queijo. “Historicamente, o queijo artesanal fez parte da construção da sociedade de Araxá, foi e continua sendo muito importante economicamente. Muitas famílias têm o queijo como fonte de renda. Esse resgate vai envolver as novas gerações e trazer novas pessoas para esse cenário, promovendo um desenvolvimento ainda maior do setor”.

De acordo com a coordenadora do projeto, Luciana Praxedes, conhecer de perto o trabalho de alguns produtores e ouvir os desafios que se encontram no processo produtivo foi de extrema importância para a equipe gestora e para as pesquisadoras que desenvolverão os inventários da região de Araxá. “A oportunidade de partilhar expectativas e a compreensão sobre a centralidade do queijo na vida dos produtores e demais profissionais do setor permitirão ao projeto realizar ações que, de fato, correspondam à realidade da cadeia produtiva”.

Para o gerente de Meio Ambiente e Apoio Tecnológico da CBMM, Thiago Amaral, a empresa trabalha para valorizar as potencialidades locais e o empreendedorismo com esse viés da cultura. “O queijo de Araxá é parte da nossa cultura, da nossa história. Assim como o nióbio está para Araxá, o queijo também está para nossa região. E nada mais interessante que participar desse processo para trazer reconhecimento a esse bem imaterial”.

O registro dos Modos de Fazer os Queijos Artesanais Mineiros como Patrimônio Cultural Imaterial de Minas Gerais é uma realização do Instituto Periférico com o patrocínio da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) e da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa MG), por meio da Lei de Incentivo à Cultura, do Governo Federal, em parceria com a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult), por meio do Iepha-MG. O projeto também conta com o apoio técnico da Seapa, da Emater, do IMA e Iphan.

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