Queijo Fazenda Bela Vista Premium do produtor Renato de Sousa foi eleito campeão do Festival do Queijo Artesanal de Minas 2022.
Alagoa é uma pequena cidade de 2.700 habitantes, no alto da Serra da Mantiqueira, no Sul de Minas, que vive da produção artesanal de queijo. É de lá que vem o Fazenda Bela Vista Premium, um queijo de leite cru, com massa semicozida e maturado por dois meses, eleito por votação popular o campeão do Festival do Queijo Artesanal de Minas 2022. Organizado pelo Sistema Faemg e pelo Sebrae Minas, o evento ocorreu no fim de setembro, no Parque da Gameleira.
Em um negócio passado de pai para filho, o modo de fazer do Bela Vista foi preservado pelo produtor Renato de Sousa. Ele só criou uma marca para o queijo feito por seu pai, deu um nome e começou a participar de festivais. Sousa conta que, desde 2018, o Bela Vista Premium já faturou 15 prêmios, 11 deles no Brasil e quatro na França, uma das terras sagradas do queijo.
“Essa história começou com meu avô, que tirava somente leite. Quando ele pegou a fazenda para cuidar, as contas não estavam fechando vendendo leite, ele começou a produzir queijo. Produziu por muito tempo, mas nunca agregou valor, nunca pôs uma embalagem, um nome. Foi só em 2017 que bolamos uma marca, começamos a participar de concursos e fomos ganhando, até chegar aqui. E estamos tentando melhorar mais a cada dia”, conta Renato de Sousa, logo após receber mais um título.
Na Fazenda da família, em Alagoa, 25 vacas em fase de lactação fornecem a matéria-prima para o Bela Vista Premium, que tem sabor mais suave, próximo do parmesão, mas não tão picante, e uma massa cremosa.
“Ele é maturado naturalmente na fazenda, num local alto e frio, a 1.500 metros de altitude, e com o amor de toda uma família”, conta Tailane Guedes, que cuida da parte comercial do negócio da família e é esposa de Renato. Ela diz que, hoje, a produção de 900 quilos por mês não dá conta da demanda, mas não há planos de ampliar. “A gente pensa que se aumentar muito vai perder o controle da qualidade. Igual hoje: a gente está aqui, e meu pai e minha mãe estão lá na fazenda tirando leite, fazendo tudo sozinhos”, acrescenta Renato de Sousa.
Tailane resume a importância de participar de um festival como o que terminou neste domingo, na Gameleira. “Com os prêmios, a gente agrega valor ao nosso produto, o que nos permite trabalhar um pouquinho menos”, brinca.
O segundo lugar ficou com o Queijo Minas Artesanal (QMA) com maturação de 45 dias produzido na Queijaria Soberana, de Leandro Pereira, na região de Diamantina, um produtor que está em franca ascensão.
Em terceiro, houve empate. Um dos premiados foi o Queijo Jacuba, produzido por Maria Teresa Buari no município de Coronel Xavier Chaves, da região de Campo das Vertentes. O produto é feito com leite de vacas Jersey e, no ano passado, venceu o concurso estadual do QMA, promovido pela Emater. Também ficou em terceiro lugar na preferência do público o queijo do produtor Eudes Braga, de Carmo do Caranaíba, na região do Cerrado. Braga é o maior produtor de queijo de leite cru do Brasil.