A empresa goiana quer se manter na categoria de alimentos, porém, também quer ir para além da sua zona de conforto.
Dona da Piracanjuba, uma das marcas de leite que mais cresceu no Brasil nos últimos anos, o Laticínio Bela Vista faz planos para diversificar seus negócios. A empresa goiana quer se manter na categoria de alimentos, porém, ir para além da sua zona de conforto.
A estratégia é uma das primeiras medidas a ser implementada por Luiz Cláudio Lorenzo, o novo presidente da companhia. Ele assumiu o posto desde o início de 2024, substituindo os irmãos e sócios Cesar e Marcos Helou, que comandaram a empresa nas últimas décadas.
“Temos a pretensão de ampliar nosso escopo de atuação. Essa diversificação dos negócios pode ocorrer tanto de uma maneira orgânica, quanto por meio de aquisições. Nosso foco estará na saudabilidade”, disse Lorenzo ao IM Business, mantendo ainda em sigilo os setores alvo.
Apesar do interesse na diversificação, o laticínio não vai abrir mão da sua principal fortaleza. A companhia espera inaugurar no início de 2025 a maior fábrica de queijos do Brasil, que está sendo construída em São Jorge d’Oeste (PR), com investimentos da ordem de R$ 80 milhões.
A nova unidade vai ampliar em quase 15% a capacidade de processamento de leite da Bela Vista. Dos atuais 7 milhões de litros por dia, a companhia terá instalada uma capacidade para 8 milhões de litros por dia.
Outra medida a ser implementada pelo executivo é profissionalizar a gestão da companhia, que se manteve familiar desde o início. A migração dos irmãos Helou do dia a dia para o conselho consultivo recém criado é um primeiro passo nesse sentido.
A ideia é reforçar a governança da Bela Vista, preservando a cultura desenvolvida ao longo dos anos e garantindo a longevidade do grupo. Os sinais enviados pelo executivo são manter a companhia como consolidadora no mercado.
Desde 2023, a companhia vem se preparando para acessar o mercado de capitais. Segundo Lorenzo, um IPO não está descartado, porém, a empresa não tem trabalhado com essa possibilidade. “Não é algo que nos move”, diz.
Do ponto de vista do mercado, Lorenzo diz estar cauteloso e não esperar por uma retomada no consumo no curto prazo. Em sua opinião, ainda não é possível medir os impactos que as medidas fiscais anunciadas pelo governo terão ao longo das cadeias produtivas.
“No Brasil e no mundo, os lácteos e todas as commodities têm sofrido com a queda dos preços, em um movimento de acomodação, após o período de pandemia. Porém, a demanda segue reprimida no Brasil, diante do alto grau de endividamento das pessoas”, diz Lorenzo.
O executivo não revela qual o tamanho do faturamento da companhia em 2023. Diz apenas que houve um crescimento de 8% e que a expectativa é manter uma taxa anual de expansão da ordem de 10%.
Fonte: InfoMoney