Reconhecimento global do modo de fazer Queijo Minas Artesanal vai turbinar economia e turismo

Quem não abre mão de um queijinho, seja no café da manhã, lanche da tarde ou jantar especial, sequer faz ideia de como o produto transforma a vida de milhares de pessoas no Estado, movimentando R$ 2 bilhões todos os anos. O queridinho da mesa dos mineiros agora vai conquistar paladares mundo afora. O reconhecimento dos modos de fazer o Queijo Minas Artesanal (QMA) como Patrimônio Cultural e Imaterial da Humanidade, vai tornar as regiões das montanhas referência global, turbinando ainda mais a economia e o turismo.

Atualmente, Minas conta com aproximadamente 9 mil produtores do QMA, espalhados por dez regiões chanceladas pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). No entanto, a cadeia produtiva gera cerca de 50 mil empregos diretos e indiretos. São 40 toneladas do laticínio anualmente. A expectativa é aumentar ainda mais esses números com o título dado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Em Minas, técnicas desenvolvidas ao longo de mais de 300 anos, com origens nos pequenos produtores rurais, características únicas dos territórios de produção e saberes acumulados pelas comunidades locais foram alguns dos critérios que contribuíram para o feito.

“Os modos de fazer são importantes porque valorizam as pessoas, os produtores, que mantiveram essa tradição por mais de 300 anos aqui no Brasil”, afirma o secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas de Oliveira.

Na rota do Queijo Minas Artesanal, Triângulo concentra mil produtores rurais

Na região, cerca de mil produtores rurais usam os saberes passados de geração em geração para desenvolver o Queijo Minas Artesanal. Lá, a maturação é de no mínimo de 22 dias, o que confere ao queijo um sabor mais suave devido à menor concentração de pingo, fermento lácteo natural obtido por meio da coagulação enzimática do leite.

A técnica é referência na região, que passou a ser reconhecida como produtora do QMA em 2014, com 10 municípios: Araguari, Cascalho Rico, Estrela do Sul, Indianópolis, Monte Alegre de Minas, Monte Carmelo, Nova Ponte, Romaria, Tupaciguara e Uberlândia. Para a Instância Governança Regional (IGR) – órgão que desenvolve e consolida a atividade turística local -, as localidades só têm a ganhar com o reconhecimento de patrimônio imaterial.

“Vai gerar um estímulo maior ao produtor, inclusive para aquele que ainda não tinha pensado em colocar seu queijo no mercado ou legalizar a produção. Vai gerar uma grande expectativa para o produtor e também para aqueles que adquirem o produto. Vai ter mais opções, vai ter mais acesso”, afirma Fátima Mafra, gestora técnica da IGR Rota do Triângulo.

Em Uberlândia, “capital do Triângulo”, o Queijo Minas Artesanal é destaque no Mercado Municipal, um dos principais pontos turísticos da cidade, localizado na região central. Lá, o turista pode apreciar, por exemplo, o tradicional “Trem de Minas Point do Mercado”, prato de costelinha defumada com queijo minas gratinado, acompanhado com molho chutney de goiaba e farofa de banana.

Além da gastronomia, o QMA também impulsiona o turismo rural no Triângulo. Duas fazendas da região promovem visitações em queijarias (clique e saiba mais). Nas propriedades, os turistas conhecem de perto como é a produção artesanal e podem participar de diversas atividades.

Veja as cidades que compõem as outras 9 regiões da Rota do Queijo Minas Artesanal

Araxá
Araxá, Campos Altos, Conquista, Ibiá, Pedrinópolis, Perdizes, Pratinha, Sacramento, Santa Juliana e Tapira.

Campo das Vertentes
Barroso, Conceição da Barra de Minas, Coronel Xavier Chaves, Carrancas, Lagoa Dourada, Madre de Deus de Minas, Nazareno, Prados, Piedade do Rio Grande, Resende Costa, Ritápolis, Santa Cruz de Minas, São João del-Rei, São Tiago e Tiradentes.

Canastra
Bambuí, Delfinópolis, Medeiros, Piumhi, São Roque de Minas, Tapiraí e Vargem Bonita, São João Batista do Glória e Córrego Danta.

Cerrado
Abadia dos Dourados, Arapuá, Carmo do Paranaíba, Coromandel, Cruzeiro da Fortaleza, Guimarânia, Lagamar, Lagoa Formosa, Matutina, Patos de Minas, Patrocínio, Presidente Olegário, Rio Paranaíba, Santa Rosa da Serra, São Gonçalo do Abaeté, São Gotardo, Serra do Salitre, Tiros, Varjão de Minas e Vazante.

Serro
Rio Vermelho, Serra Azul de Minas, Santo Antônio do Itambé, Serro, Materlândia, Sabinópolis, Alvorada de Minas, Dom Joaquim, Conceição do Mato Dentro e Coluna e Paulistas.

Serras da Ibitipoca
Andrelândia, Arantina, Bias Fortes, Bom Jardim de Minas, Lima Duarte, Olaria, Passa-Vinte, Pedro Teixeira, Rio Preto, Santa Bárbara do Monte Verde, Santa Rita de Ibitipoca, Santa Rita de Jacutinga, Santana do Garambéu, Seritinga e Serranos.

Diamantina
Couto de Magalhães de Minas, Diamantina, Felício dos Santos, Gouveia, Monjolos, Presidente Kubitschek, São Gonçalo do Rio Preto e Senador Modestino Gonçalves.

Entre Serras da Piedade ao Caraça
Barão de Cocais, Bom Jesus do Amparo, Caeté, Catas Altas, Rio Piracicaba e Santa Bárbara.

Serra do Salitre
Serra do Salitre

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