O Conselho Paritário Produtores/Indústrias de Leite do Estado do Rio Grande do Sul (Conseleite), que representa oito entidades, manifestou o total desacordo com a decisão do Governo Federal de zerar o imposto de importação do queijo muçarela.
A mudança, que inclui o queijo muçarela na Lista de Exceções à TEC do Mercosul até 31 de dezembro de 2022, foi aprovada no dia 21 de março pelo Comitê-Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex) e publicada no Diário Oficial desta quarta-feira (23/03), por meio da Resolução Gecex nº 317. A medida também vale para café moído, margarina, macarrão, óleo de soja, etanol e açúcar.
O setor lácteo vê a decisão como inoportuna, uma vez que produtores e indústrias enfrentam uma das maiores crises de competitividade da história recente. Segundo a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do RS (Fetag), os produtores brasileiros não recebem subsídios, diferente de produtores americanos e europeus, tornando a concorrência sem tributação ainda mais injusta.
“Passamos por um período de estiagem extrema, e o Governo Federal não trouxe resposta para o atendimento desse caos no campo. Ao invés de ajuda, a resposta que tivemos é essa abertura de concorrência com outros países, além da já vivenciada dentro do Mercosul. Está mais do que no momento de o Governo Federal olhar para o produtor de leite nacional, antes que seja tarde”, afirma o vice-presidente da Fetag, Eugênio Zanetti.
Segundo o vice-coordenador do Conseleite, Rodrigo Rizzo, a fundamentação utilizada pelo governo para justificar a medida é fraca e, mais uma vez, não consulta o setor produtivo para buscar o equilíbrio da inflação. “Entendemos que a questão inflacionária é importante, mas nosso país não pode fragilizar todo um setor e colocar a renda de milhares em risco”.
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