O paraibano Geraldo Paulino de Morais, 72 anos, vem de uma tradição queijeira familiar, tendo aprendido o ofício com o seu pai. No momento, por problemas degenerativos de visão, só acompanha os processos da produção, sem se envolver diretamente, limitando-se, como diz, a dar seus “pitacos” na Queijeira 504 (RN).
Ele começou muito cedo o trabalho na queijeira da família com o seu pai, Antônio Paulino de Morais (o seu Pretinho), que fundou a Queijeira 504 em 1943. “Também por problemas de visão, meu pai ficou cego muito cedo, com catarata. Naquela época, não era fácil fazer uma cirurgia, como hoje. Eu nasci e cresci com a família envolvida na cultura do queijo, fazendo queijo de Manteiga, um pingo de leite, dois ou três por
dia, naquele tempo era difícil.” O velho queijeiro lembra de muitos anos de seca, quando os queijos eram guardados e vendidos aos fazendeiros da região ou nas feiras. “Todos iam para o ‘girau’ (prateleiras de maturação para o queijo), juntavam a nata e faziam manteiga de garrafa e creme.”