Queijo Casca Florida comemora reconhecimento

Durante encontro na Cidade Administrativa, governador reafirmou o compromisso do estado mineiro na regulamentação do queijo artesanal Casca Florida. 

Produtores de Queijo Minas Artesanal (QMA) das dez regiões reconhecidas pelo Governo de Minas se reuniram na Cidade Administrativa com o governador Romeu Zema e o secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Thales Fernandes, para agradecer o reconhecimento do Queijo Minas Artesanal de Casca Florida (QMACF).

A resolução de nº 42, publicada no Diário Oficial do Estado na última semana de dezembro de 2022, considera como “casca florida” a cobertura com presença ou dominância visualmente constatada de fungos filamentosos, popularmente nomeados de mofos ou bolores.

O governador reiterou que o estado continuará trabalhando na valorização e na agregação de valor dos produtos genuinamente mineiros. “Assim como temos o presunto Parma e a baguete francesa, por exemplo, queremos que o queijo minas artesanal seja reconhecido mundialmente”, explicou. Com o reconhecimento, segundo Zema, o Governo de Minas atesta ao mercado que o queijo é especial e que suas características não oferecem riscos à saúde. Minas Gerais é o primeiro Estado brasileiro a reconhecer o Queijo Minas Artesanal na variedade de Casca Florida.

Outros Estados já formalizaram a produção de queijos industrializados com casca florida a partir do leite pasteurizado e de fungos industriais. Porém, Minas é pioneiro no reconhecimento do produto artesanal. Regulamentação Thales explicou que com a caracterização o próximo passo será a regulamentação do casca florida por meio de um trabalho da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA).

“Queremos ver o queijo formalizado e regulamentado nas prateleiras de Minas Gerais, do país e do mundo, mostrando a qualidade do queijo mineiro”, disse o secretário. Ganhos “É o ordenamento da produção, da maturação e da comercialização do queijo. Temos que criar as normas para essa cadeia produtiva funcionar até chegar na mesa do consumidor, e é isso que nós vamos fazer agora no Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA)”, explicou João Carlos Leite, produtor da marca Roça da Cidade, de São Roque de Minas, da região produtora da Canastra.

O processo de legitimação desse queijo foi lembrado desde o início por um dos queijeiros presentes, Túlio Madureira. “Em 2016, tivemos a oportunidade de iniciar a pesquisa na minha queijaria, junto à Universidade Federal de Lavras (Ufla), quando identificamos os fungos Geotrichum Candidum, o mesmo presente em queijos famosos, como o camembert francês, e hoje esse queijo chega ao mercado graças ao trabalho conjunto da Seapa, do IMA e das universidades que fizeram as pesquisas, como a Ufla”, disse o produtor do Queijo do Gir, no Serro, da região produtora do Serro.

Madureira destacou o papel da regulamentação para garantir a qualidade e a integridade dos produtores que forem credenciados. “Agora, vamos trabalhar para determinar como se dará a inoculação. Dentro da regulamentação vão constar os passos para a produção, quantos dias para maturação, as variedades de fungo, para termos o acabamento perfeito para esse queijo, a fim de atender às características sanitárias para chegar ao consumidor final”, explicou.

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